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Os fungicidas protetores são químicos utilizados para evitar que os inócuos dos fungos se propaguem nas plantações, impedindo que as doenças se desenvolvam e causem grandes prejuízos. No caso do combate à sarna da macieira, principal doença da cultura, esta é a melhor forma de evitar o fungo, já que o controle curativo é muito difícil e não se tem mostrado eficiente nos últimos anos. Os fungicidas protetores são aplicados durante os meses da primavera (setembro, outubro e novembro) no ciclo primário da doença. Para que o controle seja eficiente, é preciso haver um manejo integrado que combata o fungo desde o inverno, já que ele resiste às baixas temperaturas, com a retirada das folhas que estão no solo para reduzir o inócuo da doença.
— O controle tem que ser pensado de forma integrada, mas a base é o uso de fungicidas durante a primavera e nós teríamos tratamento de outono e inverno, visando à redução do inócuo. Na primavera se inicia a fase crítica da doença. O ciclo primário da doença normalmente vai de setembro, quando a macieira brota, até final de novembro. A única maneira de se controlar a doença é com uso racional de fungicida. É necessário que se façam intervenções periódicas visando proteger as folhas com o uso de fungicidas protetores, ou seja, nós temos que aplicar os fungicidas antes ou durante a ocorrência da infecção. Até poucos anos atrás, o sistema era mais baseado no sistema curativo, em que os fungicidas eram aplicados após a ocorrência dos períodos favoráveis à infecção, só que o uso intenso destes fungicidas curativos durante quase 30 anos fez com que eles passassem a ter uma eficiência reduzida. Nós mantemos o uso de fungicidas curativos para emergências, mas dificilmente a doença é controlada depois deste período — explica o engenheiro agrônomo José Itamar Boneti, pesquisador na área de fitopatologia da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Santa Catarina).
Boneti é um dos palestrantes da Senafrut 2010, que acontece entre os dias 22 e 24 de junho, na cidade de São Joaquim, em Santa Catarina. Ele ensina que é preciso sempre manter uma camada de fungicida sobre as folhas, então é preciso fazer uma nova aplicação à medida que as folhas forem surgindo. Este intervalo varia de acordo com o clima e o tipo de fungicida usado, mas, no geral, em Santa Catarina, este tempo fica entre três e cinco dias. Ou seja, para ter um controle eficiente é preciso que a aplicação dos fungicidas protetores seja constante, a cada cinco dias. As variedades Gala e Fungi são as mais sensíveis à sarna da macieira e que mais sofrem com a doença. Uma outra medida de controle é o uso de variedades resistentes melhoradas geneticamente. A Epagri já alcançou algumas ao longo dos últimos anos, mas ainda não encontrou um material que seja resistente e competitivo comercialmente. Uma das cultivares resistentes é a Maçã Catarina, mas ela não absorve muito cálcio. Outros exemplos são a Joaquina e a Monalisa, a mais recente e eficiente delas.
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